domingo, 20 de dezembro de 2009

O ano termina

Daqui a pouco estaremos em 2010. O que muda nisso tudo? Todo final de ano é sempre a mesma coisa. Dezembro se aproxima e as pessoas começam a se dar conta de que o ano já está acabando. A contagem regressiva começa. É hora de correr atrás do prejuízo: vamos ser mais produtivos, vamos dar a atenção que dispensamos às pessoas durante o ano todo, vamos tirar férias, vamos enxergar o próximo, vamos reunir a família, os amigos, vamos desejar p@z e prosperidade, vamos, vamos, vamos que o ano está acabando.


Mas sempre fico me perguntando, por que deixar para fazer isso tudo só no final do ano? Temos um ano inteiro para ser mais tolerante com o próximo, respeitar às pessoas, exercitar a paciência, desejar saúde e paz. Por que não fazer isso tudo durante o decorrer do ano também? Particularmente acho o final de ano uma data muito estressante. A mãe de uma amiga minha tem uma comparação ótima para descrever as pessoas nesta época. Segundo ela, todos ficam parecendo peru na chapa quente em véspera de natal. Neste caso qualquer coincidência não será mera semelhança.


Particularmente, achei 2009 um ano muito bom. Uma excelente maneira de fazermos um balanço do ano é relembrarmos as nossas expectativas no ano anterior nesta mesma época. Se muitas delas se concretizaram, Parabéns!, Você correu atrás e seu empenho foi recompensado. Muitas portas se abriram, outras se fecharam, mas como dizem os economistas o importante é que o saldo foi positivo.


Lembro que no ano passado nesta época ainda amargurávamos o clima de uma crise econômica, que comprometia as expectativas do mundo em escala planetária. Havia um ar de preocupação, uma certa apreensão. Mas 2009 foi um ano bom e se ainda não saímos completamente da crise financeira, pelo menos aquela incerteza não assombra mais as nossas vidas.


Mas em meio a toda esta correria uma coisa muito boa se destaca. Final de ano é uma época de expectativas, de plantar sementes, renovar as promessas para o novo ano que se inicia. Desejo que 2010 seja um ano Inteiro (de janeiro a dezembro) de mais tolerância, respeito, carinho e compreensão. Comecem logo no primeiro dia de janeiro a dizer eu te amo para as pessoas, a desejar saúde e paz para o próximo, a ser mais produtivos em seus trabalhos e estudos, a reunir os amigos e a família, a encontrar momentos de lazer, e façam tudo isso durante todo o decorrer do ano. Não deixem isso só para dezembro, porque às vezes não dá tempo de fazer tudo, 1 mês é pouco para fazermos aquilo que poderia ser feito em 12 meses.


Aproveitem que estão ganhando um Ano Novo Inteiro só para vocês, façam bom uso dele, desfrutem cada hora, dia, mês de 2010!!!!!!!


Imagem: Uol

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mistérios de uma estrela

A ideia deste post é fazer um convite aos admiradores da obra da escritora Clarice Lispector, e também àqueles que por algum acaso ainda não conheçam o trabalho desta grande escritora brasileira - porque apesar de ter nascido na Ucrânia a própria Clarice se considerava natural do nosso país. Pois bem, para quem não sabe desde o dia 2 de dezembro, Brasília recebe a exposição Clarice Lispector, A hora da Estrela, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Com a curadoria de Ferreira Gullar e Júlia Peregrino, a mostra nos leva a mergulhar no universo interior da escritora. Um dos traços marcantes da obra de Clarice é a introspecção, seus versos e poemas conseguem traduzir como ninguém os sentimentos e desejos que estão lá no fundo da alma de cada um de nós. Segundo, os curadores os livros de Clarice “ oferecem um olhar arguto e sem condescendência, mas carregado de afeto, sobre nossas mazelas, contradições, medos e gestos de amor e grandeza”. E tudo isso pode ser conferido por meio de frases, trechos de seus livros, manuscritos, imagens, recortes e documentos da vida pessoal e profissional da escritora, presentes na mostra.

Uma das paixões de Clarice era a língua portuguesa. Jornalista e escritora sua matéria prima eram as letras. “ Como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português”, afirma em sua declaração de amor à nossa língua. Visitando a exposição, não resisti e copiei alguns trechos que transcrevo a seguir. Espero que estes o motivem, caro leitor, a visitar a mostra.

“ Oh Deus, que faço desta
felicidade ao meu redor,
que é eterna, eterna, eterna,
e que passará daqui a um instante,
porque o corpo só nos ensina
a ser mortal.”

“Será preciso coragem para
fazer o que vou fazer: dizer.
É me arriscar à enorme
surpresa que sentirei
com a pobreza da coisa
dita”.

Serviço:

Clarice Lispector- A Hora da Estrela

Até 14 de março de 2010
Visitação: Terça a domingo, das 10h às 21h
Galeria 2- CCBB (SCES, Trecho 2, lote 22)

Entrada Franca


Imagem:
Revista Istoé

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Saiba mais sobre o nude


Qual é a cor do verão? Uma das estações mais quentes e badaladas do ano, a marca do verão são os tons vibrantes, bastante coloridos para combinar com o bronzeado da pele e com o clima da estação. Mas uma novidade vem com tudo e desponta nesta temporada: é o nude, uma tendência que aposta em tons mais neutros passando pelo bege, pelo rosa até chegar nas escalas de marrom. Essa opção recebeu este nome por que ao vestir uma peça dessa cor parece que a pessoa está nua.


A ideia do nude é valorizar a beleza natural, o equilíbrio e a simplicidade das formas, ou seja, ao vestir uma roupa e usar uma maquiagem tem-se a impressão de que a pessoa está naturalmente arrumada. No caso da make up, o nude é uma opção tanto para a noite quanto para o dia, e busca valorizar os tons naturais de cada pele, utilizando sombras e batons clarinhos, deixando o rosto iluminado e maquiado sem parecer estar maquiado. As unhas também pedem tons claros como o branco, o incolor e os cintilantes.


Mas para quem gosta mesmo é de sobressair-se em qualquer estação, ao lado do nude outra aposta do verão é a volta dos tons cítricos e fluorescentes.Assim o verde-limão, o rosa chiclete, o vermelho-melancia e amarelo são cores que também estão em alta nesta estação. Um conselho dos profissionais é encontrar o tom que mais se pareça com a sua pele para alongar a silhueta. Uma boa maneira de dar luz ao nude é combiná-lo com as cores ácidas, como o verde limão ou amarelo citrico. Viu só, agora é só escolher o seu look e curtir o verão.


Imagens: GNT


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Bolsa celular

A pouco menos de um ano das eleições, o governo deve tomar cuidado com suas ações se não quiser transparecer a ideia de já ter começado a sua campanha eleitoral. É até um pouco natural, neste momento, haver uma certa confusão entre o que se constitui uma ação governamental e o que seja, de fato, uma estratégia política almejando às urnas no próximo ano. Mas é preciso muito cuidado, pois essa linha divisória costuma ser bastante tênue.

A proposta de um Projeto de Lei prevendo a distribuição gratuita de aparelhos celulares aos mais de 11 milhões de famílias brasileiras, inscritas no programa Bolsa Família, não soou bem aos olhos da oposição e de alguns setores da sociedade, nesta semana. A iniciativa prevê também que cada um dos beneficiados receba um crédito mensal de R$ 7. O presidente Lula ainda não decidiu se leva adiante ou não este projeto.

Embora afirme que se trata de uma forma de universalizar a cobertura de telefonia móvel no país entre os mais pobres, para alguns a proposta não passa de uma estratégia de campanha do governo, uma forma de assistencialismo eleitoral visando angariar votos para ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do governo às eleições de 2010.

Seja política de assistencialismo ou política pública, o governo deveria criar um programa para universalizar o acesso à telefonia fixa entre as camadas mais baixas da população, dispensando a taxa de assinatura e cobrando das pessoas apenas o consumo. Além disso, deveria também criar um plano para recuperar os milhares orelhões quebrados, espalhados pelo país.

Imagem: Revista Istoé

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Vida

Relógio distorcido, obra do pintor Surrealista Salvador Dali

Faz pouco tempo que descobri Mario Quintana. Já tinha visto falar da sua poesia. Nos tempos de escola, em algumas frases soltas, deslocadas aqui e ali presentes em calendários, em perfis de Orkut, mensagens pessoais de MSN e Gtalk (programas de conversas instantâneas da Internet), em correntes de e-mails encaminhadas com aquelas músicas instrumentais com slides de paisagens bonitas de apresentações em PowerPoint . Uma das mais clássicas certamente, pronunciada por muitas pessoas por aí, é o poeminha do contra: “Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho”.

Estes dias me chamou atenção um poema do autor que falava sobre a vida. O poema estava num mural, na recepção de um estabelecimento. Pregado bem no alto, com tachinhas coloridas dizia o seguinte:



“ A vida são deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida...

Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava
o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca
dourada e inútil das horas...
Seguraria o meu amor, que está a muito à minha frente, e diria
Eu te amo...

Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido
à falta de tempo.
Não deixe de ter alguém ao seu lado
por puro medo de ser feliz.
A única falta que terás será desse tempo que infelizmente...
não voltará mais.”
(Mario Quintana)


De repente ao ler aquele poema pregado no mural comecei a pensar: não poderia estar em lugar mais oportuno. Bastante sábia a pessoa que teve a IDEIA de colocá-lo ali, à vista de todos. Um belo recado para os que entrarem naquele estabelecimento, mas só para aqueles que passarem na recepção, se identificarem, levantarem os olhos, e por 3 minutinhos do seu tempo olharem para a VIDA em volta, se deparando com aquele mural.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O que faz você feliz?


Cenas do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain


Gosto muito de cinema, mas sempre fico com um pé atrás quando me recomendam muito assistir a um filme. É chato admitir, mas devo dizer que sou daquelas pessoas que criam muitas expectativas, tenho um “q” de personalidade platônica, idealizo demais. Daí não dá outra... acabo me decepcionando. Mas com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain foi diferente.

Perdi a conta das pessoas que me recomendaram assistir a este filme, nas rodas de amigos, nas conversas, entre uma pizza e outra, quando se falava de filme tudo sempre acabava em Amélie Pulain, e é claro tinha sempre alguém para dizer: ” ah não acredito que você não assistiu ao fabuloso destino de Amélie”. Eu me sentia um peixe fora d’água, sabe.

Foi então que estes dias, um amigo me convidou para assistir a um filme e resolvemos ver o tão recomendado Fabuloso Destino... Meu amigo, já conhecia a história de Amélie, mas como inúmeros outros fãs da película não se incomodou em revê-la. Pois então, este é um filme francês (título original, Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain ,2001), dirigido por Jean-Pierre Jeunet. Segundo informações do Jornal Folha de São Paulo, foi assistido por 20 milhões pessoas no mundo inteiro, recebendo cinco indicações ao Oscar na época.

O filme fala dos pequenos prazeres da vida. Amélie, personagem interpretada pela atriz Audrey Tautou é daquelas pessoas que fica feliz com as pequenas coisas como atirar pedrinhas na água e ver as ondas que se formam, enfiar a mão num saco de grãos, quebrar o cream brulée com a colher. Esta jovem se muda para Paris, onde encontra na sua nova casa uma pequena caixinha escondida numa parede. Ao se deparar com este objeto, a senhorita Poulain resolve procurar o dono para lhe devolver a caixa. Ao presenciar a felicidade do homem em ter o objeto devolvido, Amélie se empenha na tarefa de mudar o destino das pessoas a sua volta por meio de pequenos gestos. O que faz Amélie, na verdade, é ajudar as pessoas a encontrar a felicidade nas pequenas coisas, e enxergar o que está bem embaixo do nariz delas.

O filme nos faz parar e pensar em como a felicidade está muitas vezes nos pequenos detalhes da vida, e que na maior parte do tempo passam despercebidos por nós. Como é bom assistir a um por do sol; gabaritar uma prova; encontrar a solução para um problema o qual você ficou dias matutando; receber o telefonema de alguém com quem você não fala há tempos; encontrar dinheiro esquecido num bolso da calça; escutar por acaso alguém falando bem de você, sem que esta pessoa saiba da sua presença ali; jogar conversa fora; rir até a barriga doer; sentir o cheiro de terra molhada; comer brigadeiro de panela; receber um abraço apertado de quem você gosta muito; fazer as pazes com quem você brigou por besteira e por ai vai...


O que faz você feliz? é o tema da camapanha publicitária da rede Pão de Açucar

Foi pensando nesta idéia de felicidade encontrada nas pequenas coisas que em 2007, a rede de supermercados Pão de Açúcar lançou a campanha publicitária O que faz você feliz? A proposta da campanha, defende os idealizadores, é fazer com que “ todos possam se conectar a uma nova atitude no modo de ver a vida e transformar o ordinário do dia-a-dia em extraordinário”.

Pelo jeito a campanha agradou aos consumidores, uma vez que os publicitários continuam apostando nela até hoje. Contudo, mais do que chamar atenção para o fato de produtos que fazem as pessoas felizes poderem ser encontrados na rede Pão de Açúcar- objetivo primeiro almejado pelo grupo - está também o fato das pessoas que assistem ao comercial na televisão e escutam o Jingle (canção) serem levadas a pensar no que realmente as fazem feliz.



O que faz você Feliz?

"O que faz você feliz?"
A lua, a praia, o mar
Ser amado e amar
Brincar até cansar ou trabalhar
Correr sentindo o vento
Ou correr contra o tempo
Botar o pé no chão
ou só sonhar
Um filme uma conversa boa
Passear e rir à toa
O que faz você feliz?
Acordar sempre tarde
Comer um chocolate
O que você prefere, então me diz
Não deixe a vida passar debaixo do nariz
O que faz você feliz?
O que faz você feliz?
O que faz você feliz?
Pão de Açúcar. Lugar de gente feliz.



Eeeei , agora eu quero saber aqui: me diz o que faz você feliz?
Fonte Imagens: Divulgação filme Folha de S. Paulo/ Arquivo Pessoal/ Site Pão de Açucar

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vale-Cultura para os trabalhadores


Projeto de Lei busca democratizar o acesso à cultura no país


Vejam só esta ideia: tramita, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei (nº 5.798/2009) de iniciativa do Governo Federal que prevê a distribuição de um vale-cultura no valor de R$ 50 para os trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos utilizarem na aquisição de bens e serviços culturais.

A ideia do PL é proporcionar o acesso de grande parte da população brasileira às atividades culturais como espetáculos de dança, teatros, shows, cinema, exposições, além de ajudar na aquisição de livros e outros produtos culturais. Segundo dados do IBGE, nos quais o Governo Federal se baseou ao criar o PL, hoje apenas 14% da população brasileira vai ao cinema regularmente, 96% não frequenta museus, 93% nunca foi a uma exposição de arte e 78% nunca assistiu a um espetáculo de dança.

Não é difícil entender o porquê destes dados. Estas atividades culturais são muito caras, e não é de se espantar que sejam relegadas ao quarto, quinto plano (sem exageros). Só a título de reflexão, imaginemos a situação hipotética de uma família pequena - pai, mãe e um filho - caso desejem ir ao cinema num fim de semana gastarão no mínimo R$ 47,50, considerando o preço médio R$ 19 cobrado numa sala de cinema em Brasília. Dependendo da renda da família este é um valor exorbitante.

Caso seja aprovado, além de beneficiar os trabalhadores de empresas privadas que recebem até 5 salários mínimos, o PL vai contemplar também servidores públicos, estagiários e aposentados. No último dia 14 de outubro, o texto do Projeto, que tramita em regime de urgência, foi aprovado na Câmara dos Deputados. Agora se encontra no Senado Federal para ser analisado e votado pelos Senadores, dentro de 45 dias a contar da aprovação na Câmara. E se for aprovado naquela Casa, segue para ser sancionado pelo Presidente da República.
Fonte Imagem: Arquivo Pessoal e Logotipo MinC (http://www.cultura.gov.br/)

sábado, 24 de outubro de 2009

Quero

Margens do rio Urucuia, Minas Gerais (MG)

Poema do escritor Carlos Drummond de Andrade, citado pelo jornalista William Bonner, na última semana, em entrevista à Marília Gabriela, no canal GNT ...

Fotografia: momento captado em Minas Gerais, estado do nosso mineiríssimo Drummond, não em Itabira, terra do poeta, mas nem por isso menos acolhedora... aproveitando... que tocamos nesta idéia- segue aqui um pequeno parêntese só para ressaltar o quanto os mineiros são acolhedores e receptivos- nunca vi coisa assim , povo baum demais da conta ...

PS: eu também quero...



Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.

Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.


Fonte Imagem: Arquivo Pessoal

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cuequinha vermelha no Congresso

Na passarela do CN, o senador Eduardo Suplicy desfila de cueca vermelha

Políticos costumam ser o alvo favorito de escritores, críticos, especialistas, humoristas, chargistas, jornalistas, entre tantos outros istas. E sempre foi assim. Basta olharmos a História e veremos inúmeros exemplos de chacotas sobre os feitos dos nossos políticos ilustrando as páginas, os panfletos, os folhetins e fazendo a história política deste país...

E sinceramente não há nada demais nisso. É a crítica bem humorada, é o humor fundamentado. Agora, como dizem os jogadores de futebol, também alvo dos istas, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Uma coisa é a crítica cheia de humor sobre uma atitude, opinião, uma postura de uma figura pública, e outra coisa bem diferente é criar-se uma situação ridícula para então criticar uma figura pública, e pior ainda, é esta figura pública se submeter ao ridículo e a chacota pública como se fosse uma simples brincadeira.

O picadeiro da cena não poderia ser outro, o Congresso Nacional, a casa dos políticos, a sede do poder Legislativo. Uma quarta-feira (14), casa lotada e os nossos grandes ” humoristas e críticos” saem a procura do alvo. Acharam, adivinhem quem: o Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o mesmo que em outros tempos utilizou os microfones da Casa para cantar uma música de Bob Dylan. Pronto a cena toda estava armada, a apresentadora se aproxima do senador com uma cueca vermelha e sugere que ele vista e desfile no salão com o traje... e sim pasmem, o senador vestiu a cuequinha vermelha e saiu desfilando alegre e contente... fazendo a alegria de todos...

Sinceramente... não consegui enxergar o humor desta cena e como brasileira me sinto envergonhada, pois acho que esta não deveria ser a postura adotada pelo Senador, enquanto figura púbica na sede de um Poder Público. Aos fãs do programa, me desculpem, mas não consigo achar graça neste tipo de piada, se é que podemos chamar isso de piada.
Fonte Imagem: Revista Istoé

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

18 de outubro é o Dia Nacional Contra a Baixaria na TV

Laurindo Leal, apresentador do Ver TV

Qual é o programa que você mais gosta de assistir na televisão brasileira? (pausa para a reflexão) ... se a resposta não vier na ponta da língua, tudo bem, com certeza você não é o único que tem dificuldades para apontar um bom programa veiculado na televisão aberta, nos últimos tempos.

Pois foi justamente este o desafio lançando pela campanha “ Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” neste mês de outubro, ou seja, os coordenadores da campanha propuseram à especialistas ligados à comunicação, professores, estudantes, filósofos, psicólogos, e claro aos telespectadores que apontassem uma lista com os cinco melhores programas exibidos na televisão aberta.

Os programas indicados por eles? CQC (Band), Castelo Rá Tim Bum (TV Cultura), Observatório da Imprensa (TV Brasil), Altas Horas (TV Globo) e Roda Viva (TV Cultura). Você também pode participar desta votação e escolher qual destes é o seu programa predileto. É só entrar no site: www.eticanatv.org.br e votar.

O resultado da pesquisa pode ser conferido no próximo domingo (18) - o dia nacional contra a baixaria na televisão - no programa VER TV, que será exibido ao vivo na TV Câmara (canal 14 net) e na TV Brasil (canal 2 e canal 16 net), a partir das 17horas. Apresentado pelo professor Laurindo Leal Filho, o VER TV é um programa que propõe uma reflexão sobre os conteúdos televisivos, o processo de produção e criação, e sobre a história desta caixinha mágica (a televisão!!!), que mesmo na era da Internet e de novas tecnologias continua exercendo enorme fascínio na população. O VER TV é exibido todas às quintas-feiras às 22h30 na TV Câmara, e aos sábados às 17h30 na TV Brasil.
Fonte Imagens: Arquivo Pessoal

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nossa Senhora Aparecida




Estou acostumada a escutar a história do aparecimento de Nossa Senhora Aparecida - padroeira do Brasil - desde pequena, hoje resolvi, eu mesma, contá-la aqui:

O dia estava ensolarado e bonito. Os três amigos pescadores colocaram a rede no cesto e rumaram em direção ao rio Paraíba do Sul, localizado no estado de São Paulo. Mas naquele dia, algo de diferente aconteceria: jogaram a rede no rio, uma, duas, três, quatro vezes e nada, nenhum peixinho. Isso nunca tinha acontecido antes, todos os dias eles pescavam e voltavam para casa com o suficiente para alimentar suas famílias. Foi então que já cansado e um tanto desanimado, um deles resolveu jogar a rede pela última vez. E viu que um peso enganchara na trama da redinha. Foi quando ele pediu ajuda ao outro pescador e juntos encontraram o corpo de uma santa. Espantados, resolveram atirar a rede ao rio mais uma vez, e novamente foram surpreendidos, agora, com a cabeça da imagem. Os três pescadores pegaram um pouco de barro e juntaram a cabeça e o corpo da santa. Neste momento, vários peixes começaram a pular na água. Eles nunca tinham pescado tanto. Voltaram para casa com os cestos cheios de peixes ...

Há mais ou menos dois anos estive na cidade de Aparecida, em São Paulo, e pude ver de perto o lugar, o rio, a cidade onde se passou este episódio. A Basílica é uma das mais suntuosas que já conheci. Acho que cada um de nós, que tiver oportunidade, um dia deveria conhecê-la, independente de religião, credo ou qualquer coisa.

A energia, o tamanho, a paz que se pode vivenciar lá dentro é indescritível. A devoção e a fé das pessoas renova os ânimos de qualquer ser, e transforma quem passa por lá, torna-nos mais fortes. É um lugar cheio de histórias, cada pessoa que passa naquela cidade deixa um pouco de si. Um dos lugares que mais me chamou atenção na Basílica foi uma sala gigantesca onde as pessoas deixam pertences em agradecimento as graças alcançadas. São objetos pessoais, documentos, provas, fotografias e como tem fotografias, são murais que encobrem as paredes, de cima abaixo.

Hoje, 12 de outubro, feriado nacional, dia de Nossa Senhora Aparecida, as ruas da cidade devem estar abarrotadas de pessoas, e com certeza aquela sala terá muito mais histórias do que ontem. Posso fechar os olhos e visualizar, neste momento, como o maior santuário mariano do mundo, título consagrado à Basílica pelo papa João Paulo II em sua visita ao Brasil em 1980, deve estar pequeno para abrigar tamanha fé do brasileiro. Que nossa senhora abençoe todos vocês!!!
Fonte Imagens: Arquivo Pessoal

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Barack lá, Lula cá...

Alguém poderia imaginar que em tão pouco tempo, um país como os Estados Unidos - historicamente criticado por não conseguir intermediar conflitos mundiais como o do Afeganistão, de Israel, do Irã, do Iraque, da Coreia do Norte, só para citar os mais atuais - receberia a notícia de que o seu presidente seria congratulado com o Nobel da Paz?

Pois é... sinal de que os tempos estão mesmo mudando, mais do que isso, sinal de que a história de um país é construída por pessoas, e que um líder como Obama não governa sozinho, mas a sua personalidade e os seus valores são o diferencial estratégico na definição da política do seu país.

Mas afinal de contas, o que Obama fez de tão importante para merecer um Nobel da Paz, em tão pouco tempo governando os Estados Unidos? Pode parecer irrelevante para alguns, contudo a sua postura pacifista e de incentivo ao diálogo entre as nações, o fez merecedor deste prêmio. Ao receber a notícia, na manhã desta sexta-feira (9), Obama resumiu em poucas palavras o que este prêmio representa “Para ser honesto, não acho que mereça estar na companhia de tantas figuras que transformaram o mundo. Mas também sei que este prêmio reflete o tipo de mundo que esses homens e mulheres, e que todos os americanos, querem construir”. É isso presidente, na verdade, este prêmio representa um incentivo à postura que o mundo espera das terras de lá...

Enquanto isso, cá em terras de palmeiras onde canta o sabiá, esperamos o lançamento do filme “ Lula, o Filho do Brasil”, um relato biográfico da trajetória de vida do presidente Lula. Dirigido por Fábio Barreto, a estréia está marcada para o dia 1º de janeiro.

Fonte Imagem: IG imagens
Fonte Vídeo: G1
Assista ao trailer:

domingo, 4 de outubro de 2009

Muletas nossas de cada dia adiai hoje...


Certo dia conversava com um amigo, ele me falava sobre a mania das pessoas de se ampararem em muletas para adiar decisões, postergar escolhas, justificar o medo de enfrentar o novo. Dizia ele “ usamos as muletas quando queremos nos esconder”. Desta forma, são as muletas que dizem “não” quando não queremos desagradar alguém, são as muletas que falam por nós quando não queremos bancar os chatos.


As muletas são espécies de eufemismos, que usamos para suavizar uma situação, para nos enganar às vezes, por que não?? O fato é que meu amigo tem razão, as muletas nossas de cada dia estão ai, por todos os lados, em todos os cantos, e quem nunca tirou proveito do uso delas que atire a primeira pedra. Quem nunca colocou a culpa na falta de tempo para não realizar determinada tarefa. Aliás, a falta de tempo é uma excelente muleta, me atrevo dizer que uma das mais usadas por ai.


E o uso das muletas não se restringe apenas aos nossos problemas individuais e cotidianos. Na última sexta-feira (2), o Rio de Janeiro foi contemplado com a boa nova de que cidade Maravilhosa seria a sede das Olimpíadas de 2016. Mas o que tinha de gente, é certo que minoria, reclamando dos gastos que o Brasil teria com esse evento... "O Rio tem que resolver primeiro o problema da violência, tem que investir em educação, a saúde tá um caos". Olha as muletas ai querendo adiar um dos eventos mais desejados pelo brasileiro, esportista, patriota... Quero deixar claro aqui, que estas pessoas têm razão quando falam que a segurança, a saúde, a educação deveriam ser questões prioritárias para o nosso país, mas nem por isso vamos deixar que estas se transformem em muletas, e nos roubem o doce gostinho de celebrar essa vitória.