quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vale-Cultura para os trabalhadores


Projeto de Lei busca democratizar o acesso à cultura no país


Vejam só esta ideia: tramita, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei (nº 5.798/2009) de iniciativa do Governo Federal que prevê a distribuição de um vale-cultura no valor de R$ 50 para os trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos utilizarem na aquisição de bens e serviços culturais.

A ideia do PL é proporcionar o acesso de grande parte da população brasileira às atividades culturais como espetáculos de dança, teatros, shows, cinema, exposições, além de ajudar na aquisição de livros e outros produtos culturais. Segundo dados do IBGE, nos quais o Governo Federal se baseou ao criar o PL, hoje apenas 14% da população brasileira vai ao cinema regularmente, 96% não frequenta museus, 93% nunca foi a uma exposição de arte e 78% nunca assistiu a um espetáculo de dança.

Não é difícil entender o porquê destes dados. Estas atividades culturais são muito caras, e não é de se espantar que sejam relegadas ao quarto, quinto plano (sem exageros). Só a título de reflexão, imaginemos a situação hipotética de uma família pequena - pai, mãe e um filho - caso desejem ir ao cinema num fim de semana gastarão no mínimo R$ 47,50, considerando o preço médio R$ 19 cobrado numa sala de cinema em Brasília. Dependendo da renda da família este é um valor exorbitante.

Caso seja aprovado, além de beneficiar os trabalhadores de empresas privadas que recebem até 5 salários mínimos, o PL vai contemplar também servidores públicos, estagiários e aposentados. No último dia 14 de outubro, o texto do Projeto, que tramita em regime de urgência, foi aprovado na Câmara dos Deputados. Agora se encontra no Senado Federal para ser analisado e votado pelos Senadores, dentro de 45 dias a contar da aprovação na Câmara. E se for aprovado naquela Casa, segue para ser sancionado pelo Presidente da República.
Fonte Imagem: Arquivo Pessoal e Logotipo MinC (http://www.cultura.gov.br/)

sábado, 24 de outubro de 2009

Quero

Margens do rio Urucuia, Minas Gerais (MG)

Poema do escritor Carlos Drummond de Andrade, citado pelo jornalista William Bonner, na última semana, em entrevista à Marília Gabriela, no canal GNT ...

Fotografia: momento captado em Minas Gerais, estado do nosso mineiríssimo Drummond, não em Itabira, terra do poeta, mas nem por isso menos acolhedora... aproveitando... que tocamos nesta idéia- segue aqui um pequeno parêntese só para ressaltar o quanto os mineiros são acolhedores e receptivos- nunca vi coisa assim , povo baum demais da conta ...

PS: eu também quero...



Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.

Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.


Fonte Imagem: Arquivo Pessoal

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cuequinha vermelha no Congresso

Na passarela do CN, o senador Eduardo Suplicy desfila de cueca vermelha

Políticos costumam ser o alvo favorito de escritores, críticos, especialistas, humoristas, chargistas, jornalistas, entre tantos outros istas. E sempre foi assim. Basta olharmos a História e veremos inúmeros exemplos de chacotas sobre os feitos dos nossos políticos ilustrando as páginas, os panfletos, os folhetins e fazendo a história política deste país...

E sinceramente não há nada demais nisso. É a crítica bem humorada, é o humor fundamentado. Agora, como dizem os jogadores de futebol, também alvo dos istas, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Uma coisa é a crítica cheia de humor sobre uma atitude, opinião, uma postura de uma figura pública, e outra coisa bem diferente é criar-se uma situação ridícula para então criticar uma figura pública, e pior ainda, é esta figura pública se submeter ao ridículo e a chacota pública como se fosse uma simples brincadeira.

O picadeiro da cena não poderia ser outro, o Congresso Nacional, a casa dos políticos, a sede do poder Legislativo. Uma quarta-feira (14), casa lotada e os nossos grandes ” humoristas e críticos” saem a procura do alvo. Acharam, adivinhem quem: o Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o mesmo que em outros tempos utilizou os microfones da Casa para cantar uma música de Bob Dylan. Pronto a cena toda estava armada, a apresentadora se aproxima do senador com uma cueca vermelha e sugere que ele vista e desfile no salão com o traje... e sim pasmem, o senador vestiu a cuequinha vermelha e saiu desfilando alegre e contente... fazendo a alegria de todos...

Sinceramente... não consegui enxergar o humor desta cena e como brasileira me sinto envergonhada, pois acho que esta não deveria ser a postura adotada pelo Senador, enquanto figura púbica na sede de um Poder Público. Aos fãs do programa, me desculpem, mas não consigo achar graça neste tipo de piada, se é que podemos chamar isso de piada.
Fonte Imagem: Revista Istoé

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

18 de outubro é o Dia Nacional Contra a Baixaria na TV

Laurindo Leal, apresentador do Ver TV

Qual é o programa que você mais gosta de assistir na televisão brasileira? (pausa para a reflexão) ... se a resposta não vier na ponta da língua, tudo bem, com certeza você não é o único que tem dificuldades para apontar um bom programa veiculado na televisão aberta, nos últimos tempos.

Pois foi justamente este o desafio lançando pela campanha “ Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” neste mês de outubro, ou seja, os coordenadores da campanha propuseram à especialistas ligados à comunicação, professores, estudantes, filósofos, psicólogos, e claro aos telespectadores que apontassem uma lista com os cinco melhores programas exibidos na televisão aberta.

Os programas indicados por eles? CQC (Band), Castelo Rá Tim Bum (TV Cultura), Observatório da Imprensa (TV Brasil), Altas Horas (TV Globo) e Roda Viva (TV Cultura). Você também pode participar desta votação e escolher qual destes é o seu programa predileto. É só entrar no site: www.eticanatv.org.br e votar.

O resultado da pesquisa pode ser conferido no próximo domingo (18) - o dia nacional contra a baixaria na televisão - no programa VER TV, que será exibido ao vivo na TV Câmara (canal 14 net) e na TV Brasil (canal 2 e canal 16 net), a partir das 17horas. Apresentado pelo professor Laurindo Leal Filho, o VER TV é um programa que propõe uma reflexão sobre os conteúdos televisivos, o processo de produção e criação, e sobre a história desta caixinha mágica (a televisão!!!), que mesmo na era da Internet e de novas tecnologias continua exercendo enorme fascínio na população. O VER TV é exibido todas às quintas-feiras às 22h30 na TV Câmara, e aos sábados às 17h30 na TV Brasil.
Fonte Imagens: Arquivo Pessoal

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nossa Senhora Aparecida




Estou acostumada a escutar a história do aparecimento de Nossa Senhora Aparecida - padroeira do Brasil - desde pequena, hoje resolvi, eu mesma, contá-la aqui:

O dia estava ensolarado e bonito. Os três amigos pescadores colocaram a rede no cesto e rumaram em direção ao rio Paraíba do Sul, localizado no estado de São Paulo. Mas naquele dia, algo de diferente aconteceria: jogaram a rede no rio, uma, duas, três, quatro vezes e nada, nenhum peixinho. Isso nunca tinha acontecido antes, todos os dias eles pescavam e voltavam para casa com o suficiente para alimentar suas famílias. Foi então que já cansado e um tanto desanimado, um deles resolveu jogar a rede pela última vez. E viu que um peso enganchara na trama da redinha. Foi quando ele pediu ajuda ao outro pescador e juntos encontraram o corpo de uma santa. Espantados, resolveram atirar a rede ao rio mais uma vez, e novamente foram surpreendidos, agora, com a cabeça da imagem. Os três pescadores pegaram um pouco de barro e juntaram a cabeça e o corpo da santa. Neste momento, vários peixes começaram a pular na água. Eles nunca tinham pescado tanto. Voltaram para casa com os cestos cheios de peixes ...

Há mais ou menos dois anos estive na cidade de Aparecida, em São Paulo, e pude ver de perto o lugar, o rio, a cidade onde se passou este episódio. A Basílica é uma das mais suntuosas que já conheci. Acho que cada um de nós, que tiver oportunidade, um dia deveria conhecê-la, independente de religião, credo ou qualquer coisa.

A energia, o tamanho, a paz que se pode vivenciar lá dentro é indescritível. A devoção e a fé das pessoas renova os ânimos de qualquer ser, e transforma quem passa por lá, torna-nos mais fortes. É um lugar cheio de histórias, cada pessoa que passa naquela cidade deixa um pouco de si. Um dos lugares que mais me chamou atenção na Basílica foi uma sala gigantesca onde as pessoas deixam pertences em agradecimento as graças alcançadas. São objetos pessoais, documentos, provas, fotografias e como tem fotografias, são murais que encobrem as paredes, de cima abaixo.

Hoje, 12 de outubro, feriado nacional, dia de Nossa Senhora Aparecida, as ruas da cidade devem estar abarrotadas de pessoas, e com certeza aquela sala terá muito mais histórias do que ontem. Posso fechar os olhos e visualizar, neste momento, como o maior santuário mariano do mundo, título consagrado à Basílica pelo papa João Paulo II em sua visita ao Brasil em 1980, deve estar pequeno para abrigar tamanha fé do brasileiro. Que nossa senhora abençoe todos vocês!!!
Fonte Imagens: Arquivo Pessoal

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Barack lá, Lula cá...

Alguém poderia imaginar que em tão pouco tempo, um país como os Estados Unidos - historicamente criticado por não conseguir intermediar conflitos mundiais como o do Afeganistão, de Israel, do Irã, do Iraque, da Coreia do Norte, só para citar os mais atuais - receberia a notícia de que o seu presidente seria congratulado com o Nobel da Paz?

Pois é... sinal de que os tempos estão mesmo mudando, mais do que isso, sinal de que a história de um país é construída por pessoas, e que um líder como Obama não governa sozinho, mas a sua personalidade e os seus valores são o diferencial estratégico na definição da política do seu país.

Mas afinal de contas, o que Obama fez de tão importante para merecer um Nobel da Paz, em tão pouco tempo governando os Estados Unidos? Pode parecer irrelevante para alguns, contudo a sua postura pacifista e de incentivo ao diálogo entre as nações, o fez merecedor deste prêmio. Ao receber a notícia, na manhã desta sexta-feira (9), Obama resumiu em poucas palavras o que este prêmio representa “Para ser honesto, não acho que mereça estar na companhia de tantas figuras que transformaram o mundo. Mas também sei que este prêmio reflete o tipo de mundo que esses homens e mulheres, e que todos os americanos, querem construir”. É isso presidente, na verdade, este prêmio representa um incentivo à postura que o mundo espera das terras de lá...

Enquanto isso, cá em terras de palmeiras onde canta o sabiá, esperamos o lançamento do filme “ Lula, o Filho do Brasil”, um relato biográfico da trajetória de vida do presidente Lula. Dirigido por Fábio Barreto, a estréia está marcada para o dia 1º de janeiro.

Fonte Imagem: IG imagens
Fonte Vídeo: G1
Assista ao trailer:

domingo, 4 de outubro de 2009

Muletas nossas de cada dia adiai hoje...


Certo dia conversava com um amigo, ele me falava sobre a mania das pessoas de se ampararem em muletas para adiar decisões, postergar escolhas, justificar o medo de enfrentar o novo. Dizia ele “ usamos as muletas quando queremos nos esconder”. Desta forma, são as muletas que dizem “não” quando não queremos desagradar alguém, são as muletas que falam por nós quando não queremos bancar os chatos.


As muletas são espécies de eufemismos, que usamos para suavizar uma situação, para nos enganar às vezes, por que não?? O fato é que meu amigo tem razão, as muletas nossas de cada dia estão ai, por todos os lados, em todos os cantos, e quem nunca tirou proveito do uso delas que atire a primeira pedra. Quem nunca colocou a culpa na falta de tempo para não realizar determinada tarefa. Aliás, a falta de tempo é uma excelente muleta, me atrevo dizer que uma das mais usadas por ai.


E o uso das muletas não se restringe apenas aos nossos problemas individuais e cotidianos. Na última sexta-feira (2), o Rio de Janeiro foi contemplado com a boa nova de que cidade Maravilhosa seria a sede das Olimpíadas de 2016. Mas o que tinha de gente, é certo que minoria, reclamando dos gastos que o Brasil teria com esse evento... "O Rio tem que resolver primeiro o problema da violência, tem que investir em educação, a saúde tá um caos". Olha as muletas ai querendo adiar um dos eventos mais desejados pelo brasileiro, esportista, patriota... Quero deixar claro aqui, que estas pessoas têm razão quando falam que a segurança, a saúde, a educação deveriam ser questões prioritárias para o nosso país, mas nem por isso vamos deixar que estas se transformem em muletas, e nos roubem o doce gostinho de celebrar essa vitória.