domingo, 3 de outubro de 2010

Comer, Rezar e Amar


Por Ligia Borges

Adaptação para as telas do livro homônimo da escritora Elizabeth Gilbert, Comer, Rezar e Amar é daqueles filmes que nos deixam reflexivos. Isso porque ele mergulha nos dilemas humanos, no fundo todos nós temos um pouco de Elizabeth, a doce Liz – personagem principal estrelada por Julia Roberts.

O filme, dividido em três partes, conta a história de Liz, uma escritora que resolve largar tudo para ir à busca do autoconhecimento. Infeliz nos relacionamentos e sentindo-se vazia, mesmo tendo sucesso profissional, a nossa heroína resolve dar um tempo e rompe com todas as amarras que a faziam sentir-se incompleta, mergulhando num momento conturbado, com direito a todo o sofrimento que o desprendimento costuma trazer.

A viagem da escritora começa pela Itália....,” mama mia”, humm prepare o estômago. Essa é a parte do filme que tem a ver com o Comer. A escritora resolve resgatar na Itália um dos seus maiores prazeres: o gosto pela boa comida. Ah, eu recomendo a você caro leitor a não assistir ao filme com o estômago vazio. É na Itália também que a o escritora descobre o prazer pelo não fazer nada. Aliás, essa é uma grande lição dada pelos italianos no filme: relaxar e sentir alegria em ficar sem fazer nada. É claro que não se trata de uma apologia ao ócio, mas se permitir ficar a toa de vez em quando.

Depois desses dias na Itália, Liz segue para um encontro com a religião. Essa é a parte que corresponde ao Rezar na história. Na Índia, ela aprende a esvaziar a mente por meio da meditação. Outro ponto interessante no filme é que histórias paralelas de outros personagens - que cruzam o caminho de Liz- nos permitem mergulhar no universo de outras culturas.

O terceiro caminho desse tripé, o Amar, passa-se em Bali na Indonésia. Neste lugar de paisagens belíssimas, a escritora conhece Felipe, um brasileiro vivido na história por Javier Bardem. Esta parte “tenta” retratar os hábitos brasileiros já que o “mocinho” da história, marido de Liz na vida real, é um brasileiro. Digo tenta porque essas representações Hollywoodianas acerca do Brasil sempre esbarram no caricato e no lugar comum. Mas valeu a tentativa e acho que o nosso país esteve bem representado no filme pela canção “ Samba da benção” que diz “ é melhor ser alegre do que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe”. Ponto positivo também para a tentativa empenhadíssima do galã Bardem ao arriscar umas palavrinhas em português.