quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Bolsa celular

A pouco menos de um ano das eleições, o governo deve tomar cuidado com suas ações se não quiser transparecer a ideia de já ter começado a sua campanha eleitoral. É até um pouco natural, neste momento, haver uma certa confusão entre o que se constitui uma ação governamental e o que seja, de fato, uma estratégia política almejando às urnas no próximo ano. Mas é preciso muito cuidado, pois essa linha divisória costuma ser bastante tênue.

A proposta de um Projeto de Lei prevendo a distribuição gratuita de aparelhos celulares aos mais de 11 milhões de famílias brasileiras, inscritas no programa Bolsa Família, não soou bem aos olhos da oposição e de alguns setores da sociedade, nesta semana. A iniciativa prevê também que cada um dos beneficiados receba um crédito mensal de R$ 7. O presidente Lula ainda não decidiu se leva adiante ou não este projeto.

Embora afirme que se trata de uma forma de universalizar a cobertura de telefonia móvel no país entre os mais pobres, para alguns a proposta não passa de uma estratégia de campanha do governo, uma forma de assistencialismo eleitoral visando angariar votos para ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do governo às eleições de 2010.

Seja política de assistencialismo ou política pública, o governo deveria criar um programa para universalizar o acesso à telefonia fixa entre as camadas mais baixas da população, dispensando a taxa de assinatura e cobrando das pessoas apenas o consumo. Além disso, deveria também criar um plano para recuperar os milhares orelhões quebrados, espalhados pelo país.

Imagem: Revista Istoé

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